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HERPES ZOSTER

SHINGRIX

 

O herpes-zóster (HZ) é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, latente no organismo após infecção prévia. A doença é caracterizada por uma erupção cutânea localizada, em geral dolorosa, envolvendo um ou poucos dermátomos adjacentes. A principal complicação é a neuralgia pós-herpética, dor que pode se estender por um período prolongado depois da resolução do rash cutâneo. A depender da intensidade dos sintomas, o quadro pode ter grande impacto na qualidade de vida e levar à incapacidade física, perda de autonomia e/ou depressão.  

          

O HZ é uma enfermidade frequente, cuja incidência tem crescido em todo o mundo , e alguns relatos mostram aumento durante a pandemia de Covid-19. Apesar de poder atingir indivíduos de qualquer idade, a probabilidade de HZ aumenta com o envelhecer, em especial a partir dos 50 anos .

 

Os riscos também são mais elevados em pessoas imunocomprometidas, a exemplo das que vivem com HIV/Aids, transplantadas, pacientes com câncer e em uso de drogas imunossupressoras . A incidência de HZ entre jovens imunocomprometidos, inclusive, é bastante superior à verificada em pessoas acima de 50 anos sem comprometimento imune além da idade.

 

O que previne:

O herpes zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, e sua principal complicação, a neuropatia pós-herpética, responsável por dor crônica, prolongada, de difícil controle e extremamente debilitante.

 

Do que é feita:

Vacina herpes-zóster recombinante (VZR) Em outubro de 2017, foi aprovada nos Estados Unidos uma nova vacina para HZ, a Shingrix© (GSK).

Trata-se de uma vacina inativada, constituída da glicoproteína E recombinante — um antígeno importante do vírus varicela-zóster —, em combinação com o adjuvante AS01. Está indicada para pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos de idade e adultos com 50 anos ou mais. A vacina chegou ao Brasil em junho de 2022, por enquanto apenas em serviços privados de imunização.

 

Recomendações SBIm

 

Para maiores de 50 anos de idade Nos estudos pivotais, a VZR inativada demonstrou mais de 90% de eficácia na prevenção do episódio agudo, mesmo entre idosos acima de 70 anos de idade . Por essa razão, torna-se a vacina preferencialmente recomendada na prevenção do HZ em adultos acima de 50 anos de idade.

 

Esquema de doses:

 • Duas doses (0,5 ml, por via intramuscular), com intervalo de dois meses (0-2 meses). Caso seja necessário alterar o esquema padrão, pode ser adotado um intervalo de até seis meses;

 • O intervalo mínimo permitido é de quatro semanas entre as doses. Doses aplicadas com intervalos inferiores devem ser desconsideradas;

 • Não há necessidade de reiniciar a série caso o intervalo seja estendido inadvertidamente por mais de seis meses.

 • A vacina pode ser usada independentemente de histórico de varicela ou vacinação contra a doença;

 

Para adultos imunocomprometidos ou em outras situações de risco para HZ

 

A disponibilidade de uma vacina inativada representa um novo e excepcional instrumento de prevenção contra o herpes-zóster para pessoas a partir de 18 anos com imunocomprometimento ou em outras situações de risco para herpeszóster, como diabéticos. Já foram publicados estudos que demonstraram eficácia de 68,2% em pacientes transplantados de medula óssea , de 87,2% em pacientes com tumores malignos hematológicos.

 

O esquema de vacinação é o mesmo recomendado para pessoas sem imunocomprometimento, mas algumas precauções devem ser observadas:

 • Pacientes com transplante de medula óssea: administrar a vacina HZR de seis a 12 meses após o transplante. De preferência, dois meses antes da descontinuação da medicação antiviral;

 • Receptores de transplantes de órgãos sólidos: quando possível, administrar a vacina antes do transplante — o intervalo mínimo entre as doses é de quatro semanas. Caso a vacinação prévia não seja viável, recomenda-se aguardar de seis a 12 meses após o procedimento, preferencialmente quando a dosagem de drogas imunossupressoras for baixa (somente de manutenção) e na ausência de doença do enxerto contra hospedeiro (rejeição);

 • Pacientes com câncer: quando possível, administrar a vacina antes do início da quimioterapia, tratamento com imunossupressores, radioterapia ou esplenectomia. Se não houver disponibilidade de tempo, vacinar no melhor momento para o paciente, quando a imunossupressão mais intensa tiver cessado;

 • Pacientes em uso de anticorpos monoclonais (anticélulas B, como rituximab, por exemplo): a vacina deve ser administrada pelo menos quatro semanas antes da próxima dose;

 • Pacientes vivendo com HIV/Aids: pacientes que estiverem com níveis mais elevados de linfócitos CD4 e carga viral do HIV sob controle terão uma resposta imune melhor às vacinas em geral. O uso de antirretrovirais também melhora a resposta imune às vacinas. Por outro lado, pacientes com estado imune pior e HIV mais avançado têm maior risco de zóster. Nesses casos, cabe ao médico avaliar o melhor momento para a vacinação;

 • Pacientes com doenças autoimunes: quando possível, administrar a vacina antes de iniciar imunossupressão mais agressiva.

 

Uso após quadro de herpes-zóster

 

A vacina inativada também está recomendada para pacientes que já apresentaram quadro de HZ. Pela raridade de recorrência da doença em curto prazo, a SBIm sugere que a vacinação seja realizada a partir de seis meses após um episódio agudo de herpes-zóster. Não há, porém, necessidade de aguardar esse prazo aos que optarem por recomendar a vacinação logo após a resolução do quadro, considerando o risco de perda de oportunidade vacinal.

 

Uso em pessoas que receberam a vacina herpes-zóster atenuada

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